Lesões e degeneração dos tecidos musculoesqueléticos da coluna vertebral e articulações são causas comuns de dor e incapacidade, criando um fardo econômico e de saúde significativo em todo o mundo.
Os tecidos musculoesqueléticos têm capacidade de cicatrização própria limitada, tornando-os particularmente suscetíveis à exposição repetitiva de altas cargas mecânicas ao longo da vida.
Alterações persistentes nas propriedades mecânicas após a lesão podem levar a uma piora progressiva da degradação tecidual, além de uma piora funcional.
A medicina regenerativa tem sido estudada como um método para reparar ou substituir células, tecidos e órgãos danificados.
Estratégias para medicina regenerativa incluem engenharia de tecidos, terapia celular autóloga, terapia genética e administração de fatores de crescimento.
As estratégias de engenharia de tecidos concentram-se na combinação de células, andaimes e fatores bioquímicos para criar um tecido funcional in vitro que pode ser posteriormente implantado.
Outras abordagens regenerativas podem depender da alteração do ambiente in vivo por meio de injeção ou implantação de células e fatores bioquímicos para estimular os mecanismos de cura inatos do corpo para reparar ou regenerar o tecido danificado.
O conhecimento completo da estrutura biológica e função do nicho tecidual é essencial para desenvolver terapias regenerativas eficazes.
A medicina regenerativa procura criar ou curar tecidos por meio da manipulação de células e do ambiente do tecido doente. As técnicas de manipulação celular ainda não são disponíveis no Brasil, mas a otimização do ambiente dos tecidos lesionados já conta com várias estratégias.
Ao aplicar o conhecimento dos processos de desenvolvimento, as estratégias de medicina regenerativa podem potencialmente resultar em terapias mais eficazes.
Os processos de desenvolvimento envolvem o controle do comportamento celular para formar tecidos e órgãos complexos.
Compreender os mecanismos que regulam os processos de desenvolvimento pode fornecer informações sobre o desenvolvimento de terapias regenerativas eficazes.
Além disso, a medicina regenerativa pode se beneficiar do uso de tecnologias avançadas, como edição de genoma, impressão 3D e microfabricação para criar tecidos e órgãos personalizados.
A medicina regenerativa tem potencial, mas muitos desafios persistem: entrega eficaz, integração adequada de tecidos e segurança e eficácia a longo prazo das terapias.
A pesquisa em medicina regenerativa e seus avanços podem trazer esperança de novos tratamentos para disfunções da coluna e articulações, melhorando a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
A OSTEOARTRITE DO JOELHO
A osteoartrite é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, afetando 10-15% da população, especialmente entre os indivíduos mais velhos.
Está associada a fatores de risco sistêmicos e biomecânicos, incluindo idade, sexo, genética, peso, ocupação, forma articular, alinhamento articular e algumas comorbidades médicas.
Afeta principalmente a cartilagem nas articulações, mas também pode envolver os tecidos articulares circundantes, como a sinóvia, menisco, ligamentos e osso subcondral (adjacente à cartilagem).
O tecido cartilaginoso normal é avascular (não tem circulação sanguínea direta) e depende da difusão (forma indireta) para entrega de nutrientes, limitando o metabolismo dos condrócitos (células da cartilagem) e a renovação da matriz extracelular (uma complexa malha de proteínas e carboidratos no espaço extracelular — fora da célula, entre as células).
O equilíbrio tecidual depende de fatores de construção e substituição, liberados pelos condrócitos em resposta a estímulos ambientais.
A interrupção desse equilíbrio leva à complexa cascata de alterações observadas na OA, que é impulsionada principalmente pela carga mecânica anormal da articulação.
Os condrócitos são células que reagem a estímulos mecânicos, alterando suas características com base na mudança de sinais mecânicos.
A evolução das doenças degenerativas das articulações, coluna e tendões podem ser prevenidas ou controladas, por meio das técnicas de medicina regenerativa.
Pesquisas em andamento oferecem esperança para o desenvolvimento de terapias regenerativas eficazes para prevenir ou controlar a dor e a progressão da doença.
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